Este blog é dedicado ao campo da saúde, ao qual estou ligada através do meu curso de Tecnologia dos Equipamentos de Saúde. Nele podem encontrar variadíssimos temas da actualidade, como novos equipamentos, tecnologias e terapias aplicadas à saúde, eventos, notícias e patologias.


Wednesday, August 25, 2010

Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade não atinge metas pretendidas


Foi anunciado com pompa e circunstância, mas o Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade (PTCO), celebrado em finais do ano passado entre o Ministério da Saúde 19 hospitais públicos para garantir o acesso à cirurgia da obesidade em tempo adequado, não está a funcionar. E as 2500 cirurgias/ano prometidas pelo Ministério da Saúde, a realizar pelo sector público, estão, assim, comprometidas.

O objectivo do programa, que deixou de fora todos os centros de tratamento para a obesidade privados, é fazer subir em 65 por cento as cirurgias realizadas este ano pelos hospitais públicos, de forma a fazer baixar as listas de espera que não paria de crescer.

Em vigor desde Janeiro, a portaria, que define os critérios para o tratamento cirúrgico, estabelece que as consultas pré-operatórias teriam de ter uma resposta ao fim de dois meses de marcação e as cirurgias teriam de ter uma resposta nove meses após a marcação.

Era a forma de atender aos casos mais graves de obesidade. Sucede, porém, que até agora os doentes ainda não começaram a ser transferidos para outras unidades, apesar de o prazo fixado pelo ministério já estar a esgotar-se. Segundo o Diário de Notícias de hoje, até agora, os 19 hospitais públicos da rede não receberam qualquer indicação para transferir utentes e os privados, que numa primeira fase ficaram afastados, continuam a aguardar que sejam assinados protocolos com o ministério para reduzir a lista de espera.

Perante que o está estabelecido pela portaria, os doentes ao fim de sete meses deveriam receber um vale-cirurgia para serem operadas noutras unidades de saúde, mas isso não está a verificar-se.

Uma ronda feita por vários hospitais mostra que pouco ou nada se alterou desde que o programa foi lançado. Por exemplo, no Hospital de Faro, existem, segundo a directora Helena Gomes, “mais de 300 doentes em lista de espera, que levará anos a ser resolvida, e ainda não há protocolos com entidades privados”. A lista de espera contempla doentes inscritos em 2007, 2008 e 2009. O panorama é idêntico em Évora, onde os doentes chegam a aguardar por uma primeira consulta três anos. A situação é, todavia, um pouco diferente em relação a uma cirurgia onde o tempo de espera é de nove meses a um ano. No centro hospitalar de Santa Maria, embora não estejam a ser cumpridos os prazos, realizaram-se este ano cerca de 160 operações, segundo a endocrinologista, Isabel do Carmo. Mas a situação complica-se no caso das consultas que estão a ser marcadas para Abril de 2011.

No Hospital da Figueira da Foz realizaram-se este ano mais 80 cirurgias, mas há ainda uma longa lista de doentes à espera: 200.

A nível privado, há 25 centros que reúnem as condições para ser alternativa ao sector público, mas que até agora não receberam nenhuma indicação para dar resposta ao Serviço Nacional de Saúde.

Na altura em que o programa foi anunciado, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, disse que em 2010 seriam gastos 12 milhões de euros para tratar a obesidade, uma doença que afecta cada vez mais portugueses e que custa opor ano 5600 milhões de euros, segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde.


Fonte: www.publico.pt